Chegou por mail e não resisti. Assinado: Miguel Sousa Tavares

Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
- É sempre assim, esta auto-estrada?
- Assim, como?
- Deserta, magnífica, sem trânsito?
- É, é sempre assim.
- Todos os dias?
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
- E têm mais auto-estradas destas?
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
- Porque assim não pagam portagem.
- E porque são quase todos espanhóis?
- Vêm trazer-nos comida.
- Mas vocês não têm agricultura?
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
- Mas para os espanhóis é?
- Pelos vistos...
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
- Mas porque não investem antes no comboio?
- Investimos, mas não resultou.
- Não resultou, como?
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
- Mas porquê?
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
- E gastaram nisso uma fortuna?
- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
- Estás a brincar comigo!
- Não, estou a falar a sério!
- E o que fizeram a esses incompetentes?
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
- Isso mesmo.
- E como entra em Lisboa?
- Por uma nova ponte que vão fazer.
- Uma ponte ferroviária?
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
- Pois é.
- E, então?
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta...
- Não, não vai ter.
- Não vai? Então, vai ser uma ruína!
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
- E vocês não despedem o Governo?
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.
- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
- Não me pareceu nada...
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
- E tu acreditas nisso?
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
- Um lago enorme! Extraordinário!
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
- Ena! Deve produzir energia para meio país!
- Praticamente zero.
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal!... Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!

Sobre a vida como ela é


Ainda o bebé está a aprender a andar e já eu imagino campos verdes por onde possa correr mal abra a porta de casa. Aliás, não estarão esses campos à nossa espera desde o tempo em que eu mesma os atravessava a correr?

Quando cheguei à faculdade, em Lisboa, uma colega perguntou-me se eu queria voltar para a Maia quando acabasse o curso. Respondi que sim e ela, chocada, perguntou "O quê, queres voltar para o meio dos campos com vacas?" Na altura fartei-me de rir e expliquei que na cidade da Maia não se abre a janela e se fica a olhar para campos, verdes, com vacas. Se a pergunta fosse feita agora, responderia que, infelizmente, já são muito poucos os cantos rurais do concelho da Maia e que, por isso mesmo, quero ir rumo ao norte mas para  algum sítio onde não me faltem nem as vacas, nem as galinhas,  nem todas as outras coisas que não existem aqui, onde agora vivo!

Como é importante para mim que os meus filhos não tenham medo de sujar os pés e as mãos, gostem de mexer na terra, não saiam a correr porque viram um lagarto, saibam subir uma árvore antes de chegarem à adolescência, saibam reconhecer os pássaros, as abóboras e a Lúcia-lima. 

Como eu gostava que de o ouvir chamar estrela ao avião em vez de acenar um adeus alegre e demorado à estrela com a perplexidade de constatar que, desta vez, a luzinha é diferente das que se alcançam da janela do apartamento, desta vez, a luzinha não sai do sítio. 

O nosso filho ainda só tem 1 ano (só? com é que isto aconteceu tão rápido?) e eu já ando a matutar no ensino doméstico e no unshoolling. Aliás, ainda ele estava na barriga e já estas questões pairavam, talvez até tenham começado a "pairar" por aqui quando eu mesma andava na escola primária e sonhava em sair de lá.

Quero muito saber mais e ficar cada vez mais segura desta intuição que me leva a dizer que "eu sou a melhor professora do meu filho e não apenas a primeira".

Quero muito, também, "transitar" para um estilo de vida que me permita ter tempo e disponibilidade para mim e para os "meus", onde nascer e morrer façam parte da tranquilidade do lar e não da brancura de um qualquer hospital, onde filhos, netos, noras e genros possam ir e renornar sabendo-se em casa.

Quero  brincar e aprender sem engarrafamentos, canos de escape e "dependência" do supermercado.

Quero também fazer parte de uma comunidade física que se apoia e partilha conhecimentos, alegrias e aborrecimentos. Quero uma vida mais real e menos virtual. Este talvez seja o maior desafio de todos!

Por enquanto, transitamos para uma mente mais limpa, uma alimentação mais simples e "honesta" e actos de consumo mais conscientes, seguros de que há mais vida para alem da vida como ela se nos apresenta aqui e agora.

O verão a sul do Cabo da Roca

 
 Gosto do verão mas nunca gostei do calor. Os dias quentes deixam-me inactiva, com a pressão arterial baixa, sem apetite e rabugenta. Por tudo isso, desde que vivo em Lisboa, fujo nos meses estivais para paragens mais frescas e só volto quando as folhas das árvores já dançam pelo chão e os vendedores de castanhas perfumam as ruas da cidade. 

Nos últimos dois anos não consegui escapar aos  muitos graus a mais com que o aquecimento global nos presenteou e cá fiquei, pela cidade, sempre a monitorizar a temperatura e à procura de oportunidades para voltar a respirar sem me sentir sufocada.

Hoje, dias apontamentos levaram-me a acarinhar os dias quentes. O primeiro, a foto acima, que espelha a alegria dos fins de tarde na praia, quando já não há banhistas, nem sol escaldante. O segundo, o DAILY GROOVE do Scott Noelle - que nos incentiva a aplicar o princípio do amor incondicional a tudo na vida, inclusive ao tempo.  
 



Inspira ... expira ... relaxa....

com mais ou menos pormenores adicionados, a base de qualquer meditação é sempre esta: inspira... expira ... relaxa...

É isso que diz também Pema Chodron. O livro que estou a ler "Start where you are" está a ressoar aqui dentro, bem lá no fundo e as suas palavras estão a trazer muitas emoções à superfície.

Deixo um vídeo verdadeiramente provocador

Pema Chodron  "This Lousy World" from Omega Institute on Vimeo.

Deixar ir


Pema Chodron  "Non-attachment" from Omega Institute on Vimeo.

Encontro Maternidade Natural | Sintra | 25 e 26 de Setembro 2010

Encontro Maternidade Natural: Mais que uma feira é um encontro entre mães, pais,...: "Mais que uma feira é um encontro entre mães, pais, famílias que acreditam que a Maternidade pode ser encarada de um ponto de vista mais natural..."




Programa EM CONSTRUÇÃO:

Abertura do encontro: Sábado dia 25 de Setembro - 10h, encerramento Domingo dia 26 de Setembro ás 20h

Sábado dia 25 de Setembro:

11h - Massagem para bebés
12h - Aula de Babyoga
12h - Reflexologia Podal para Grávidas
13h - Pic-nic e conversa sobre Amamentação ( com a participação confirmada de: Mamar ao Peito, Maternar, Associação Doulas de Portugal, Espaço Mãe )
15h -Fotografia de Grupo - O maior numero de mães a amamentar
15h - A GRAVIDEZ E O PERÍNEO: como preparar o períneo para o parto normal e o que se deve fazer no pós-parto - Laira Ramos
16h - Tai Chi e Chi Kung - Hélder Rosa
16h - Co -sleeping ( partilhar a cama com os filhos ) - Conversa entre famílias
17h - Pano porta bebé - Sandra Pinheiro
17h - Atelier de pintura com tintas naturais para pais&filhos ( fornecemos (e ensinamos a fazer) as tintas, quem quiser pode trazer uma tela para pintar ou usar as nossas folhas de papel reciclado )
18h - Massagem de Som com Taças Tibetanas com Zen Babies :: Relaxing music for moms and babies


Domingo dia 26 de Setembro:

11h -Aula de Yoguilates para grávidas / casais grávidos
11h - Reflexologia Podal Infantil
11h - Sling de argolas - Kaite de Psicolor
11h30m - Relaxamento para grávidas / casais grávidos
12h - Maternidade Holística e Parto Natural - Doula Luísa Condeço (Vise-Presidente da Associação Doulas de Portugal )
13h - Pic-nic " O meu parto foi assim..." ( com a participação confirmada de: Mamar ao Peito, Maternar, Associação Doulas de Portugal, Espaço Mãe e de testemunhos de partos domiciliares, partos hospitalares e cesarianas)
15h - 1001 maneiras de dobrar fraldas de pano - Partilha entre mães de dobras de fraldas de pano com a participação da Mãe Sofia Batalha
16h - Higiene natural - Higiene sem (com) fraldas - Sandra Pinheiro
16h - "Yoni", uma palestra sobre ciclos femininos na abordagem Oriental/ Ayurvedica - Marjorie Freitas de Sá
16h - Atelier de construção de brinquedos naturais
17h - Alimentação vegetariana para grávidas e bebés - Doula Sofia Costa
18h - Aula de Yoga do Riso
19h - Encerramento - Meditação pela Paz no Parto

Sábado e Domingo entre as 10h e as 20h - ABRAÇOS GRÁTIS pelo Espaço Mãe

Todas as Palestras / Workshops são de entrada livre e contam com a participação de pais e filhos

Actividades livre circulação de abundância - cada participante dá o que quer
Sábado e Domingo entre as 10h e as 20h - belly painting ( pintura da barriga ) e pintura facial infantil - Espaço Mãe

O Atum


O atum foi banido da nossa alimentação no dia em que vimos um documentário sobre a atrocidades que permitem que este peixe chega às nossas mesas. Não queríamos fazer parte nem da receita para o desastre, nem da brutalidade da pesca ao atum. Afinal, comemos atum enlatado em refeições rápidas e nem nos apercebemos do que esconde a pequena lata que acabamos de abrir.

Ainda procurei atum que fosse pescado em Portugal ou transformado por empresas portuguesas e que respeitasse tanto os animais como o ambiente mas, a informação é parca e confusa pelo que, desisti.

Esta semana, encontrei a Phare d'Eckmuhl. Atum pescado à linha e com baixo teor de sal. É o regresso das saladas de atum!

AWAKENING



"A causa do meu sofrimento era o facto de eu não estar aqui"

"Sugiro que ponham a vossa atenção dentro do vosso corpo, no que se passa dentro do vosso corpo em vez de terem toda a atenção na vossa mente e no que pensam".

"Eu vi que era maior do que o meu corpo, já não tinha medo do universo porque e sou o universo".

"O que que te está a acontecer é o "acordar", é a melhor coisa que pode acontecer a qualquer ser humano".

Um ano, uma oportunidade de celebração

O bebé que deu origem a este blog está quase a fazer um ano. Um ano de descobertas, de peripécias. Uma vida que trouxe uma nova luz à nossa existência e um novo sabor aos nossos dias, mais simples, mais tranquilos, mais orgânicos, mais em consonância com a fonte de energia que é a própria vida.

É com muita emoção que, todos os dias, assisto ao crescimento do nosso menino e sei que todos os dias são de celebração. Por isso mesmo, pretendemos assinalar o 1º aniversário do Sebastião da forma simples como decorrem todos os seus outros dias: um jardim, uma manta estendida no chão, amigos queridos, comida que nutre e muitos sorrisos.

Dia 13 de Setembro, Segunda-Feira, se não chover, estaremos no Jardim da feira da ladra, a partir das 17:30 e convidamos que nos queira saudar a juntar-se a nós com o farnel do pic-nic.

E porque os aniversários se fazem de presenças e de presentes. Queríamos pedir a todos os amigos e amigas, um presente muito especial. Queremos criar para o Sebastião uma "manta de aniversário", querem participar?

Podes participar enviando-nos, até Dezembro de 2010, um pequeno retalho de tecido, de uma cor e material escolhidos por ti e que cortarás num quadrado de cerca de 25cmx25cm. Podes, por exemplo, bordar ou pintar com tinta para tecidos, uma mensagem ou o teu nome no retalho que escolheres.

No Natal, quando estiver bem frio lá fora, vamos costurar estes retalhos de forma a fazer uma "manta de aniversário" especial, criada com amor por todos quantos querem celebrar a vinda no nosso bebé ao mundo.

Vai ser uma mantinha só dele (hum, e dos gatos), para brincar, dormir, construir cabanas, vestir e fazer tudo o que a imaginação de um menino ditar.

Para o envio da contribuição para a "manta de aniversário", enviem-me um mail (catiamacielarrobawant.com.pt) que eu dou a morada.

Pareceu-me importante estender este convite a todas as pessoas que convivem connosco pois foi na vossa companhia, física e virtual, que fizemos todas as aprendizagens que agora pautam a nossa existência.

Mil beijinhos

Sebastião, Cátia e Nuno

Vamos lá exercitar o corpo e a alma

11 meses depois... chegou!!!!!!!!!!!!!!!


E recomenda-se, pelo conforto, leveza, qualidade dos materiais. Há outros modelos e marcas mas a Manduca tem a Naturkinda como representante em Portugal e por isso merece a nossa preferência.

Vende-se aqui

Grávida determinada

Porque eu quero.

Dito assim pode parecer birra de miúda mimada. Tirem daí a ideia. É muito mais que mero capricho, não é sequer pura convicção. É fé, mesmo, com tudo o que a fé tem de inabalável, certo, inquestionável, absoluto: O MEU PARTO SERÁ MEU.

Eu, que engravidei porque quis e quando quis, estou agora a garantir que terei também o parto que quero: ninguém conseguirá prender-me a uma cama de hospital por um minuto que seja; ninguém vai conseguir manter-me permanentemente monotorizada; ninguém me vai perfurar a pele com uma agulha; ninguém vai praticar sobre mim tricotomia ou enema; aqui a episiotomia não vai abrir caminho; com o meu filho ninguém fica por mais de um minuto; a única coisa que o meu filho conhecerá para mamar será a mama da mãe.

E a quem se atrever a contrariar o que aqui determino - e reparem que eu não falei em "desejo", nem em "plano de parto" tão pouco, falo em determinação! - eu asseguro um processo em tribunal, caso não me explique, de forma absolutamente convincente, o desrespeito pela minha vontade.

Esta criança tem mãe. Esta criança tem pai. Esta criança tem uma irmã que nos ensinou, com o seu próprio nascimento, o que um parto não é, nem pode ser nunca. Só nos apanharam desprevenidos uma vez. Chega! Saiam-nos da frente, que não pensamos duas vezes antes de vos passar por cima!

A Oeste Tudo de Novo: Última Mensagem

A Oeste Tudo de Novo: Última Mensagem:

Uma caminhada que vale a pena acompanhar. Aqui

Do men mother?: fathering, care, and domestic responsibility

Ideologies and technologies of motherhood: race, class, sexuality, nationalism

The politics of motherhood: activist voices from left to right

Mothering modernity: feminism, modernism, and the maternal muse

The mother knot

Mother reader: essential writings on motherhood

The impossibility of motherhood: feminism, individualism

The mommy myth: the idealization of motherhood and how it has undermined women

Blood magic: the anthropology of menstruation

What do mothers want?: developmental perspectives, clinical ..., Volume 2004

Mothering and ambivalence

Unstable bodies: Victorian representations of sexuality and maternity

Bearing Meaning: The Language of Birth

New motherhood: cultural and personal transitions in the ..., Volume 1993,Part 2

Identity and difference

Narrating motherhood(s), breaking the silence: other mothers, other voices

Birth centres: a social model for maternity care

Pregnancy, birth, and maternity care: feminist perspectives

Women, compulsion, modernity: the moment of American naturalism

Mothering: ideology, experience, and agency

Mothering the race: women's narratives on reproduction, 1890-1930

The reproduction of mothering: psychoanalysis and the sociology of gender

Representations of Motherhood

Maternal encounters: the ethics of interruption

Feminist Art and the Maternal

A criança interior

Quem enceta um caminho de cura/desenvolvimento espiritual, está familiarizado com a importância de se conectar com a sua "criança interior", a importância de lhe transmitir amor incondicional, d a amar, respeitar, de rir com ela, de lhe dar prazer e fazer sentir segura. Quantos de nós já teremos passado pela experiência avassaladora de segurar nos braços a criança que um dia fomos (e somos) e simplesmente ama-la?
Seria de esperar que um tal percurso e conhecimento nos levassem a amar incondiconalmente todas as crianças do mundo e os desse sensibilidade para transmitir esse amor, especialmente às nossas crianças mas, nem sempre é assim.

Em tempos conheci uma mãe, professora de yoga - fortemente implicada no seu desenvolvimento pessoal e no de quantos a rodeiam e/ou procuram - que respondia ao choro inconsolável da sua filha recém nascida, colocando a sua mão sobre o chacra do coração da bebé para que esta sentisse que a mãe estava presente. A bebé, de dois meses e já desmamada, uma vez alimentada, mudada a fralda, bem vestida para não ter frio e tomado o anti-cólicas, tinha - segundo a mãe - todas as necessidades satisfeitas logo, se ainda chorava era porque queria colo, desejo que não podia ser satisfeito sob risco de esta se tornar mimada e dependente.

Porque é que negamos às nossas crianças aquilo que procuramos preencher enquanto adultos?
Na altura, tentei dialogar com a mãe que me dizia estar 100% segura de estar a fazer o melhor para a sua filha e cujo discurso espiritual, em torno das energias, chacras, vidas presentes e passadas, entre outros, se revestia de uma sabedoria tal que seria capaz de convencer qualquer espírito incauto. O diálogo terminou quando a mãe utilizou o argumento de fazer "apenas o que me diz o instinto e o coração. Tudo o que fizer pela minha filha que venha do coração é bom". Pena que mãe e filha tenham necessidades e instintos contraditórios, pena que os seus corações não estejam em sintonia.
Estaria esta mãe tão preocupada em acalentar, a um nível puramente racional, a sua criança interior que não consegue ler e responder às necessidades da sua própria filha? Será a criança que grita dentro de si que a impede o seu coração de sentir a dor da sua filha? Será a sua criança interior rejeitada, abandonada, desrespeitada repetidamente, pelos outros e por si mesma, que a leva a confundir colo, amor, carinho, segurança, conforto, calor humano com dependência?


A propósito desta experiência, partilho a seguinte reflexão:
"Vamos criar crianças que, mais tarde, não tenham que recuperar da sua infância"
Tradução Livre de Pam Leo, autora de Connection Parenting via Families for Conscious Living

Um só corpo

Supõe que a tua perna direita começa a tremer sem razão aparente. Se a perna se mantiver trémula terás que fazer algo como uma massagem ou, tomar vitaminas que apoiem a função nervosa e ajudem com os tremores.

Não vais gritar com a tua perna ou bater-lhe. Também não a vais ignorar pensando, "é um problema da perna, não é um problema meu!"Este tipo de respostas não faria sentido porque a perna é uma parte do teu corpo.

Da mesma forma, quando o comportamento do teu filho não parece estar a ser razoável, podes ultrapassar a tentação de reagir negativamente respondendo, ao teu filho, como se ele fosse um órgão do teu corpo.

Como as diferentes partes do teu corpo, o teu filho funciona melhor quando prestas atenção aos seus sinais e, em vez de resistires a esses sinais, faz o teu melhor para os honrar e lhes responder. Se culpas, simplesmente lida com as situações.

A partir de hoje, imagina que tu e o teu filho são um só corpo e vê de que forma essa perspectiva afecta as tuas interacções com ele.

Adaptação e tradução livre de
http://dailygroove.net/one-body

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Turistas, bebés e Lisboa, em Agosto

Este fim de semana foi, para mim, de grande violência e tristeza.

Assisti, sem grande poder de intervenção, a uma cena de violência doméstica típica de um fim de almoço em Portugal: "marido alcoolizado bate na mulher que grita e põe a vizinhança em alerta. Vizinha (eu) chama a polícia que pouco mais pode fazer do que tomar conta da ocorrência e deixar seguir a queixa ao mesmo tempo que agressor e agredida continuam a partilhar o mesmo tecto".

Acompanhei duas famílias das muitas que visitam Lisboa em Agosto. Casais estrangeiros com filhos - bebés e crianças - sujeitos ao calor, ao sol, ao ruído, ao mar de gente, às subidas e descidas que esta cidade tem para oferecer a quem a visita. Bebés e crianças a quem miradouros e castelos não dizem nada e que sofrem com a temperatura elevada, dentro dos seus carrinhos tremelicantes e expostos aos canos de escape dos carros.

Famílias, não visitem Lisboa, com crianças, em Agosto É calor a mais, é gente a mais para que possa ser agradável.

Se, a juntar ao calor, a vossa viagem a Lisboa é de 3 dias (Sexta a Domingo/Segunda), garanto-vos que marcaram as "mini-férias pesadelo" da moda.

Está muita gente em todo o lado, as crianças tem que esperar em filas enormes para poderem ir à casa de banho, os cafés tem filas igualmente grandes e o atendimento pode demorar mais do que a fome e sede de um bebé podem esperar.

As crianças sofrem! Não há jardim à sombra e fresquinho que vos abrigue, está calor em todo o lado, mesmo no jardim, mesmo em casa, de noite.

Se, ainda assim, resolverem vir, por favor, aceitem estes conselhos:

  • pensem em passar o dia da chegada, depois do voo, confortavelmente em casa. As crianças necessitam de tempo para digerirem a excitação e desconforto da viagem e para se adaptarem ao novo ambiente;
  • não esperem que os vossos filhos, comam sozinhos e durmam sozinhos exactamente como se estivessem em casa;
  • nunca esqueçam água e alguma comida saudável para os vossos filhos. Não saiam de casa sem eles pois podem-se encontrar em situação de não os poder comprar na rua;
  • para além do chapéu é conveniente utilizar um guarda-chuva que abrigue as crianças do sol;
  • não esqueçam o protector solar, utilizar todos os dias porque, na rua, o sol queima;
  • mesmo que o vosso filho tenha chapéu e óculos de sol não o deixem, no carrinho, ao sol;
  • Não levem as máquinas fotográficas a tiracolo e as crianças nos carrinhos com os óculos de sol para dentro dos eléctricos da cidade. Os electricos são realmente bonitos mas quando estão apinhados de gente e de ladrões são péssimos locais para levar tanto as crianças como as máquinas fotográficas;
  • quando chegarem a um jardim ou monumento, permitam que as vossas crianças o explorem e sintam. As crianças necessitam de tempo para apreenderem as coisas, não lhes chega uma foto com a vista do Castelo;
Parecem conselhos óbvios, não é? Pois então aconselho quem queira perceber como se tratam as crianças durante as férias a dar um passeio para os lados de Belém ou do Castelo.

Há mais, mas não me recordo


"A cidade não é uma causa, é uma consequência!"

Quem são os menimos e meninas hiperactivos/as?

De acordo com o noticiado no Jornal Público, "Venda de fármacos para crianças hiperactivas continua a aumentar" mas, quais as causas que levam a este diagnóstico?

Estaremos nós a falar de bebés a quem foi negada a possibilidade de nascer de parto vaginal, de bebés que nasceram sob o efeito de químicos vários?

Eataremos a falar de bebés que não mamaram ao peito até ao desmame natural, que foram alimentados a leite de vaca, adequado para animais com muito corpo e pouco cérebro?

Estaremos a falar de bebés cujos pais estiveram toda a vida expostos a alimentos excessivamente doces, salgados, químicos, refinados e processados, cujas mães não tiveram a oportunidade de relaxar, dormir bem, comer bem durante a gravidez? Quem ja etseve grávida sabe o quanto o corpo pede tranquilidade e o quanto a sociedade vangloria quem trabalha até ao minuto de parir.

Terão estes meninos e meninas hiperactivos-as sido bebés alimentados co biberões cheios de bisphenol A? Meninos e meninas que, desde o nascimento foram perfumados, banhados em produtos cheios de parabenos, parafinas, ftalatos?

Foram este meninos e meninas bebés deixados a chorar até adormecerem? empurrados de ama em ama, de cresche em creche, do pai para a mãe e para o inglês, e o ATL e o basquetball e, e, e, e... as 1001 coisas que lhes inventam porque não há tempo para os mais novos entre as tantas responsabilidades que temos?

São estes os meninos que tiveram a "privilégio" de serem deixados em frente à babytv e outras que tais, que não conhecem o verde do campo, que não podem brincar na rua, que sabem tudo sobre computadores e videojogos aos seis anos?

São estes meninos e meninas que toma medicamentos por serem hiperactivos? O que mais seria de esperar? Experimentem submeter qualquer animal às barbaridades a que submetemos os nossos filhos e vejam os resultados. O nosso ADN não mudou em 2 milhões de anos mas o estilo de vida dos nossos bebés mudou muito em pouco mais de 100 anos e ainda mais abruptamente no último meio século. Hiperactividade é o menor problema das nossas crianças. Vejamos que saúde terão em adultos.

Porque é que ninguém parece querer ver o óbvio?

Links úteis:
Estabelecida relação entre os pesticidas na alimentação e a hiperactividade - http://masascriancassr.universolusofono.org/estabelecida-relacao-entre-os-pesticidas-na-alimentacao-e-a-hiperactividade/


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A semente

A primeira vez que eu vi meninos a brincar, semi-nus, sujos, sem pais a supervisionar, felizes e saltitantes na água fria, mães a amamentar em público, espaços dedicados a mulheres e bebés para troca de massagens, amor e experiências, partos naturais em plena floresta, círculos maternos... foi em 1996, no meio das mont...anhas, perto de uma aldeia chamada Massat, durante um encontro da Família Arco iris. Agora mesmo, ao escrever sobre isso, sinto-me emocionada. Obrigada irmãos e irmãs por, sem palavras, me terem mostrado que viver pode ser muitas coisas e que tudo, mas mesmo tudo, é possível. A semente ficou cá e o meu filho está a ser alimentado através dela.




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